22 fevereiro 2007

Sadismo ou delicadeza?

Sadismo e Delicadeza!
Por Dom Rezende
Não parece sensato pensar que sadismo e delicadeza, fineza e sofisticação fazem parte de uma mesma pessoa, mas quem assistiu "O silêncio dos inocentes" e a continuação, "Hannibal" percebeu que em todo o sadismo do Dr. Lecter cabia sofisticação, inteligência e delicadeza capaz de seduzir de maneira enigmática a linda agente do FBI.
O sádico delicado tem como marcas principais a frieza e o controle das circunstanciais, das sensações dele e das vitimas.
Ele conduz, não é conduzido, nem mesmo pelas suas emoções.
Com dedicação e seriedade analisa todas as circunstanciais e faz a tradução dos acontecimentos, nenhum detalhe ao seu redor escapa de sua análise atenta, de seu raciocínio agudo, não raro clinico.
Desta maneira Ele transforma a agonia da escrava(o) em um convento cheio de claustros, sombras, arcarias, aonde a pedra em convulsões sombrias tem linhas dum requinte perverso, sedutor e encantador.
Nesse triste convento aonde a escrava(o) pratica a liturgia da submissão, noites e dias ela(o) grita e chora, ninguém ouve ninguém vê, ninguém, e no silencio inocente e cumprisse do mosteiro ela geme o seu mal, ela reverencia e presta culto com devoção oferecendo seu martírio, em louvor e adoração para seu algoz.
Na catedral do sadomosoquismo as orações são gemidos sufocados, os gritos abafados, os sussurros tímidos e misteriosos das fieis escravas e o cântico é o gozo dos SADICOS que deliciosamente manifestam aliviados e satisfeitos com o culto das devotadas escravas(os).
Dom Resende

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