20 abril 2008

Trust me

Não sei bem se a todos essa postagem ficará clara.
Mas para quem nasceu submisso e com o dom divino de pertencer, o dom único de dar prazer...
Aqueles que nasceram com esse paradoxo delicioso e ao mesmo tempo confuso que é a delicadeza de se curvar, mas com a força e a coragem necessárias à entrega...
Aqueles que nasceram, como eu, para não sermos nossos, incapazes de nos pertencermos, mas nascidos para nos dobrarmos aos desejos daqueles que são nossos objetos de adoração...
Creio que ao ouvir essa musica, os arranjos, a letra...levarão instintivamente as mãos a nuca na lembrança do toque de posse e deixaram os dedos escorregarem pelo pescoço, pela face, pelo peito...na materialização da saudade.
Fecharam os olhos, aspirarão forte e abriram os labios...
Fecharemos nossos olhos em buca da escuridão que apenas as palpebras descidas nos dão, para que vejamos melhor as cores de nossas bandeiras, e nos transformarmos em entandartes de nossos Senhores e Senhoras, que somos.
Que aspiremos e prendamos o ar na ansia de buscar no etereo e volatil a esperanca que ele traga aquele cheiro, aquele sinal da presença amada de nossos algozes, a quem tememos mas desejamos violentamente e com os desejos mais desesperados de nossos corações.
Que abramos nossos labios no signo inequivoco de que nossos corpos e almas a Eles pertencem sempre e nunca teremos a audacia ou loucura de proferir-Lhes um "não".
Bem...esses eu creio que entenderão...
Beijos cheios de felicidades.

http://www.youtube.com/watch?v=dQftZDL37hQ

Amo-te Senhor de mim...

My Sweet Lord

Can you feel?^^

02 abril 2008

O Amor Maduro

O amor maduro não é menor em intensidade.

Ele é apenas quase silencioso.

Não é menor em extensão.

É mais definido, colorido e poetizado.

Não carece de demonstrações:

presenteia com a verdade do sentimento.

Não precisa de presenças exigidas:

amplia-se com as ausências significantes.

O amor maduro somente aceita viver os problemas da felicidade.

Problemas da felicidade são formas trabalhosas de construir o bem e o prazer.

Problemas da infelicidade não interessam ao amor maduro.

O amor maduro cresce na verdade e se esconde a cada auto-ilusão.

Basta-se com o todo do pouco.

Não precisa nem quer nada do muito.

Está relacionado com a vida e a sua incompletude, por isso é pleno em cada ninharia por ele transformada em paraíso.

É feito de compreensão, música e mistério.

É a forma sublime de ser adulto e a forma adulta de ser sublime e criança.

O amor maduro não disputa, não cobra,

pouco pergunta, menos quer saber.

Teme, sim.

Porém, não faz do temor, argumento.

Basta-se com a própria existência.

Alimenta-se do instante presente valorizado

e importante porque redentor de todos os equívocos do passado.

O amor maduro é a regeneração de cada erro.

Ele é filho da capacidade de crer e continuar,

é o sentimento que se manteve mais forte

depois de todas as ameaças,

guerras ou inundações existenciais

com epidemias de ciúme.

O amor maduro é a valorização do melhor do outro

e a relação com a parte salva de cada pessoa.

Ele vive do que não morreu

mesmo tendo ficado para depois.

Vive do que fermentou criando dimensões novas

para sentimentos antigos,

jardins abandonados cheios de sementes.

Ele não pede, tem.

Não reivindica, consegue.

Não persegue, recebe.

Não exige, dá.

Não pergunta, adivinha.

Existe, para fazer feliz.

Só teme o que cansa, machuca ou desgasta.

Artur da Távola
Amo-te Senhor de mim...