Mantos
Mantos, muitos mantos, muitos...
Impregnados pelo cheiro de mofo
As aranhas correm
Fugindo da luz da memória
Tanto tempo sem ver o arco-íris
Madrugada de uma longa noite triste
Morcegos carregam em suas asas teias
Que embalsamaram por tanto tempo a dor
Dor que agora cheira a putrefação
Mas que logo nada mais será
Já que logo o áureo sol chegará
E em pó toda essa dor se fará
Uma imagem se desfaz como fantasma
Amor etéreo que agora se desfaz
Neblina que os ventos matutinos levam
Deixando um rastro cheirando a incenso
Amorfos pensamentos cheirando à leite
Envolvem meu corpo todo trêmulo
Ao longe os morcegos desaparecem
Sumiu de toda a naftalina
Mas os ratos ainda correm por dentro das paredes..
Nenhum comentário:
Postar um comentário